A série SP foi uma série de carros esporte desenvolvidos pela Volkswagen do Brasil para o mercado interno, de 1972 a 1976; o nome supostamente é uma abreviatura para São Paulo (outras fontes atribuem a sigla à Special Project ou Sport Prototype). Por causa da baixa potência do motor, alguns apelidaram o mesmo de Sem Potência. Nos anos 70 o mercado brasileiro estava fechado a importações. Os únicos carros esporte oficialmente feitos aqui eram o Karmann Ghia e seu sucessor, Karmann Ghia TC. Apenas fabricantes independentes atingiram algum sucesso, notavelmente o Puma e o Miura. A subsidiária da Volkswagen no Brasil sempre gozou de uma certa independência da matriz alemã, graças entre outras coisas à presidência de Rudolf Leiding, que seria depois presidente da matriz. Em 1969 ele deu partida em um projeto independente, totalmente feito no país, para um carro esportivo de carroceria leve. Uma equipe liderada pelo engenheiro Senor Schiemann iniciou o que chamaram de Projeto X, e apresentaram o protótipo (executado por José Vicente Novita Martins, Marcio Lima Piancastelli, Jorge Yamashita Oba e Antonio Carlos Martins) na Feira da Indústria Alemã em março de 1971. Mas levaria ainda mais um ano até que o carro ganhasse as ruas. O SP, nome final do carro, foi construído na plataforma da Variant, oferecido com o mesmo motor boxer de 1 600 cc, 65 HP SAE brutos, cerca de 54 cv reais, na versão chamada de SP1, ou com um motor 1 700 cc, chamado de SP2. Este último desenvolvia 75 HP SAE brutos cerca de 65 cv reais, tinha velocidade máxima declarada pela fábrica de 161 km/h e velocidade máxima aferida em testes de revistas especializadas entre 153 e 156 km/h, além de fazer 10 km com um litro em uso urbano. Suas acelerações eram bastante lentas para um esportivo. Apesar do fabricante divulgar que o SP2 alcançaria os 100 km/h em 14,2 segundos, em testes as marcas ficaram sempre entre 17 e 20,9 segundos. Quando o carro foi apresentado, rapidamente atraiu a atenção da mídia especializada. Possuía um interior requintado, um acabamento de alto nível e muitas outras melhorias em relação à linha VW "a ar" da época, superior inclusive ao outro "esportivo" da Volkswagen na época, o Karmann Ghia TC. O SP1 logo saiu de linha, sendo produzidas apenas 88 unidades até 1973. Com baixo desempenho (apenas 65 HP brutos em um motor 1 600), ele não agradou. Esse problema viria assombrar o SP2 também. Na verdade, uma piada maldosa da época dizia que a sigla "SP" significava "Sem Potência". Logo ficou claro que o carro, apesar de seu notável design, não conseguiria derrotar o Puma na performance. Embora eles usassem um motor similar, o Puma era feito em fibra de vidro, muito mais leve do que o aço empregado no SP2. Isso, evidentemente, refletiu-se nas vendas, assim como o próprio anacronismo do motor à ar na época. O preço do carro, empurrado para cima devido à produção em pequena escala, também não ajudava (pelo preço do carro se comprava dois Fuscas 1 300 na época).[7] Assim, o carro saiu de linha em 1976. Com um total de 10 207 unidades fabricadas (681 deles exportados para a África, Oriente Médio e América Central), o carro agora é valorizado como um item de colecionador e os preços de um exemplar bem preservado podem ser bem altos.
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